Piauí, n.35, ago. 2009. Disponível em: internet. Acesso em: 21 ago. 2020.
BISHOP. E.; LOWELL, R. (2009a): BISHOP, Elizabeth; LOWELL, Robert. Cartas. In: CORRESPONDÊNCIA – O Brasil é um horror (Elizabeth Bishop e Robert Lowell). Piauí, n.35, ago. 2009. Disponível em: internet. Acesso em: 21 ago. 2020.
BISHOP. E. (1952): BISHOP, Elizabeth. Carta a Robert Lowell. Rio de Janeiro, 21 mar. 1952. In: CORRESPONDÊNCIA – O Brasil é um horror (Elizabeth Bishop e Robert Lowell). Piauí, n.35, ago. 2009. Disponível em: internet. Acesso em: 21 ago. 2020.
trecho:
a/c de Macedo Soares
rua Antônio Vieira 5, Leme
Rio de Janeiro, Brasil
21 de março de 1952
Querido Cal [1],
[…]
Eu agora sou a “dona Elizabétchi”. Bem, eu não me incomodaria com as famílias grandes se ficassem restritas à classe alta (e como tudo fica simples quando não existe classe média).
[…]
BISHOP. E. (1958): BISHOP, Elizabeth. Carta a Robert Lowell. Rio de Janeiro, 1º abr. 1958. In: CORRESPONDÊNCIA – O Brasil é um horror (Elizabeth Bishop e Robert Lowell). Piauí, n.35, ago. 2009. Disponível em: internet. Acesso em: 21 ago. 2020.
conteúdo integral:
Primeiro de abril [de 1958]
dia da mentira
Querido Cal,
O Rio está mais louco do que nunca. Falta água em partes da cidade e o gás anda escasso; em cada edifício só um elevador funciona e há filas intermináveis, quarteirões inteiros para pegar os ônibus miúdos, cromados e brilhantes ou os bondes velhos e abertos. Eles têm setores de primeira classe e segunda classe, embora ninguém mais preste a menor atenção a isso. Há uns poucos ônibus elétricos enormes e novos – do tipo caminhão com reboque, com um engate e oito rodas. São chamados “papa-filas”, como dragões. Enquanto isso o Brasil está construindo uma capital novinha em folha, longe, no interior, onde sequer existia uma estrada, um ano atrás. Dizem que é exatamente igual a uma cidade de fronteira nos filmes em cartaz, uma fileira de prédios provisórios feitos de madeira, bares e motéis, e uma rua de lama. Eu gostaria de ver.
Sua,
Elizabeth