Apesar de bem extensa, a pesquisa Como viver junto na cidade tratará de alguns assuntos superficialmente. Isto, porque muita informação foi recolhida, estudada e organizada na Biblioteca do LevanteBH durante a pesquisa, mas não é possível apresentá-la integralmente no seu relatório final.

A um importante conjunto de documentos dei o nome de “Etnografias e Arte". Nesse bloco já está o livro/exposição “Ouro Preto e o Futuro" de 2023 e uma exposição que estou idealizando para sintetizar artisticamente o conteúdo científico de toda a pesquisa.

As etnografias são textos descritivos que comecei a escrever, instigado pelo material encontrado, deixando-os propositalmente incompletos. Eles vão tomando forma à medida que a pesquisa avança, mas ficarão aguardando a hora certa para serem apresentados. Não pretendo terminá-los antes do final da pesquisa Como viver junto na cidade. Eles podem, em algum momento, dar origem a livros, exposições, peças de teatro, filmes etc. 

Em uma de minhas pausas durante a pesquisa fui reler A Biblioteca à noite de Alberto Manguel. Foi quando me dei conta de que minhas etnografias poderiam estar na mesma estante que alguns de seus livros. Ele conta que o também argentino Borges “gostava de preencher os espaços da biblioteca que não podia ver com histórias que não cuidava de escrever, mas para as quais às vezes compunha um prefácio, sumário ou resenha". Nessa fase estão minhas etnografias: esperando para serem escritas.

Exemplifico. Uma dessas etnografias, com extenso material coletado e analisado, tem como tema a “mobilidade urbana das mulheres”. Outra etnografia da pesquisa, também vasta, trata de “pictogramas de semáforos. Uma terceira etnografia trata de “classes nos transportes coletivos". Fragmentos das três são usados para ilustrar algumas notas técnicas.

Registro aqui um spoiler, copiado da postagem (ainda não liberada) que contém a introdução da etnografia sobre mulheres:

Este é um texto de um pesquisador homem que fala sobre mulheres e, portanto, não posso nele expressar o que pensa ou sente uma mulher sobre o assunto.

Parafraseando o filósofo Mário Sérgio Cortela, aqui produzo um texto “sobre” mobilidade de mulheres e não, um texto “de” mobilidade de mulheres. No entanto, posso afirmar que aqui produzo um texto que interessa a todas as pessoas que se interessam pela busca de cidades inclusivas, seguras e sustentáveis para todas as pessoas.

Ao final da pesquisa, algumas postagens com fragmentos das dessas etnografias serão liberadas, com acesso aqui mesmo na página Etnografias, como produtos da pesquisa. Farei isto a qualquer momento! Suas postagens ficam, por hora, apenas indicadas mais adiante. 

Faço, agora, uma confidência. Ao falar da etnografia sobre mulheres em um evento social, uma diretora de cinema manifestou interesse em usá-la como material para a realização de um filme. Para que isso realmente aconteça, precisarei concluir essa etnografia. Fica portanto registrado mais um desafio da pesquisa.

Além das “etnografias e arte", os outros produtos da pesquisa Como viver junto na cidade que integram o relatório final são: as atividades de planos, os guias e as notas técnicas.

Por fim, alerto: se você chegou a esta página sem passar pela última versão da Introdução do relatório final da pesquisa Como viver junto na cidade, recomendo sua leitura antes de prosseguir.

Marcos Fontoura de Oliveira

referência para citação desta página
OLIVEIRA, M. F. (2023c6): OLIVEIRA, Marcos Fontoura de. Etnografias da pesquisa “Como viver junto na cidade". Belo Horizonte, Levante-BH, 21 fev. 2023 (atualizado em 29 mar. 2023).