esta postagem integra a lista do verbete gratuidade no transporte coletivo urbano (pessoa idosa) na RMSP da Biblioteca do Levante-BH
OLIVEIRA, M.F. (2023m1): OLIVEIRA, Marcos Fontoura de. Apontamentos sobre a cidade de São Paulo (mar. 2023). Levante-BH, Belo Horizonte, 27 mar. 2023.
Passando uns dias (26 a 26/03) em São Paulo, usufruí pela primeira vez o direito à gratuidade como pessoa idosa maior de 60 anos. Usei ônibus e metrô até que, na Estação Paraíso do metrô foi impedido de usar gratuitamente o serviço. A alegação do empregado encarregado de liberar a roleta foi de que, no meu caso, por ser maior de 60 anos e menor de 65 anos, é necessário apresentar o cartão eletrônico. Consultei o website do metrô e concluí que o empregado agiu conforme lhe determinaram seus patrões. Nada o impediu, no entanto, de me deixar passar quando usei como argumento:
– Mas você não vai me deixar, mesmo, passar? Eu venho usando a identidade para embarcar todos os dias em várias estações de metrô e em muitos ônibus.
A resposta, seca e até sarcástica, dada pelo trabalhador foi:
– E porque eu deixaria você entrar de graça? Eu estou fazendo o meu trabalho, os outros é que não estão.
Naquele momento, dirigi-me à bilheteria, comprei o meu bilhete e quis gritar, lembrando-me do “Manifesto Comunista” (1848) de Marx e Engels: Cidadãos de todos os países, uni-vos!
Segundo a Wikipédia (link externo – acesso em 28/03/2023): O slogan político “Proletários de todos os países, uni-vos!”(no seu original alemão Proletarier aller Länder, vereinigt euch!), um dos mais famosos gritos de protesto do socialismo, vem do Manifesto Comunista (1848) de Karl Marx e Friedrich Engels. A versão popular do slogan é “Trabalhadores do mundo, uni-vos!”, e, ainda, há “Trabalhadores do mundo, uni-vos, vós não tendes nada a perder a não ser vossos grilhões”, misturando as três últimas frases do Manifesto Comunista. Uma variação desta frase (“Trabalhadores de todas as terras, uni-vos”) está escrita no túmulo de Marx.
Escrevendo esses apontamentos, dias depois do acontecido, penso que a rede LevanteBH pode ajudar cidadãos de todo o mundo a se unirem. Clique aqui para acessar as postagens da BIblioteca do LevanteBH por país/cidade.
Espetáculos que assisti: A herança” (parte 1 e parte 2 de Matthew López no Teatro Vivo; “O dilema do médico” no Teatro do Masp (programa); “Così fan tutte” de Mozart no Theatro Municipal.
Exposições que visitei: “Essência: jardim interior” de Atsunobu Katagiri na Japan House (programa); “Chile 1973″ de Evandro Teixeira no IMS Paulista (quis tentei comprar o catálogo, mas ainda não estava disponível).
Se você quiser contribuir com alguma informação sobre a cidade de São Paulo, que possa ser agregada à Biblioteca do LevanteBH, por favor faça contato conosco.
Assim fazendo, vamos construindo cidades inclusivas.