Fedora é cidade invisível que mais me impactou neste livro. Eu a citei algumas vezes em meus escritos. O livro é discutido por Howard S. Becker em Falando da sociedade.
CALVINO, I. (2009a1): CALVINO, Italo. As cidades invisíveis. 2.ed. Tradução: Diogo Mainardi. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. 150p. Título original: Le città invisibili.
- CALVINO, I. (2009a2): CALVINO, Italo. As cidades e o desejo 4. In: _______. As cidades invisíveis. 2.ed. Tradução: Diogo Mainardi. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p.32-33. comentário: este documento compõe as referências de NTA n.º 5E.
CALVINO, I. (1990a1): CALVINO, Italo. As cidades invisíveis. 2.ed. Tradução: Diogo Mainardi. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. 150p. Título original: Le città invisibili.
CALVINO, I. (1990a2): CALVINO, Italo. As cidades e o desejo 4. In: _______. As cidades invisíveis. 2.ed. Tradução: Diogo Mainardi. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p.32-33
CALVINO, I. (s.d.a1): CALVINO, Ítalo. As cidades invisíveis. Tradução: Diogo Mainardi. São Paulo: Folha de S.Paulo, s.d. 71p. Título original: Le città invisibili. Disponível em: internet. Acesso em: 12 mar. 2018 e 9 maio 2020.
CALVINO, I. (s.d.a2): CALVINO, Ítalo. As cidades e o desejo 4. In: _______. As cidades invisíveis. Tradução: Diogo Mainardi. São Paulo: Folha de S.Paulo, s.d. p.16.
As cidades e o desejo 4 [transcrição integral de 2009a2]
No centro de Fedora, metrópole de pedra cinzenta, há um palácio de metal com uma esfera de vidro em cada cômodo. Dentro de cada esfera, vê-se uma cidade azul que é o modelo para uma outra Fedora. São as formas que a cidade teria podido tomar se, por uma razão ou outra, não tivesse se tornado o que é atualmente. Em todas as épocas, alguém, vendo Fedora tal como era, havia imaginado um modo de transformá-la na cidade ideial, mas, enquanto construía o seu modelo em miniatura, Fedora já não era mais a mesma cidade de antes e o que até ontem havia sido um possível futuro hoje não passava de um brinquedo numa esfera de vidro.
Agora Fedora transformou o palácio das esferas em museu: os habitantes o visitam, escolhem a cidade que corresponde aos seus desejos, contemplam-na imaginando-se refletidos no aquário de medusas que deveria conter as águas do canal (se não tivesse sido dessecado), percorrendo no alto baldaquino a avenida reservada aos elefantes (agora banidos da cidade), deslizando pela espiral do minarete em forma de caracol (que perdeu a base sobre a qual se erguia).
No atlas do seu império, Ó Grande Khan, devem constar tanto a grande Fedora de pedra quanto as pequenas Fedoras das esferas de vidro. Não porque sejam igualmente reais, mas [fim da p.32 e início da p.33] porque são todas supostas. Uma reúne o que é considerado necessário, mas ainda não o é; as outras, o que se imagina possível e um minuto mais tarde deixa de sê-lo.