BEZERRA JR., C. (2022): BEZERRA JR., Carlos. Indignação esperançada. Folha de S.Paulo, São Paulo, 24 fev. 2022. Caderno Opinião. Disponível em: link externo. Acesso em: 25 fev. 2022 e 6 jan. 2025. observação: esse artigo integra lista do verbete caixa de Pandora e é referência da NTL n.º 3. pendente
MENCKEN, H.L. (2022[1920]): MENCKEN, Henry Louis. Para todo problema complexo existe sempre uma solução simples, fácil e completamente errada. In: BEZERRA JR., Carlos. Indignação esperançada. Folha de S.Paulo, São Paulo, 24 fev. 2022. Caderno Opinião. observação: essa citação é referência da NTL n.º 3. pendente
trechos do artigo (destaques nossos):
OPINIÃO
Expressa as ideias do autor e defende sua interpretação dos fatos
CARLOS BEZERRA JR.
Indignação esperançada
Censo da população de rua em SP é retrato de história que precisa mudar
24.fev.2022 às 21h00
EDIÇÃO IMPRESSA
Carlos Bezerra Jr.
Médico, é secretário municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Social de São Paulo
Às vezes me pego pensando sobre o que diria dom Pedro Casaldáliga —autor da frase “A esperança só se justifica naqueles que caminham“— sobre o Brasil de hoje. Casaldáliga pregava de forma comovente sobre a vida do “peão” brasileiro alijado de direitos básicos e condenado a viver de farelos da riqueza que ajuda a produzir.
[…]
A grande questão que se impõe é: se a porta de entrada que leva as pessoas às ruas é muito mais larga que a de saída, como inverter as posições? Assim como ingressar nessa condição é um processo longo, sair também é. E aqui cabe bem a síntese feita pelo jornalista norte-americano Henry Louis Mencken: “Para todo problema complexo existe sempre uma solução simples, fácil e completamente errada“.
[…]
São Paulo adotará o conceito do “housing first”, ou “moradia primeiro”, que vira a chave do atendimento. Hoje o morador em situação de rua precisa percorrer um longo caminho, iniciado nos albergues, passando por programas de saúde e de empregabilidade, até que chegue à inscrição em um projeto habitacional. O programa de moradias provisórias tentará acelerar a reconquista da dignidade sob o lastro e a segurança de um teto, atendendo 1.600 pessoas na primeira fase.
É preciso implodir qualquer ideia de criar novos espaços que parecem verdadeiros ginásios, com pessoas aglomeradas sem atendimento individualizado. Centros de acolhida menores, com atendimentos distintos e abordagem humanizada precisam ser um caminho sem volta.
Em um contexto de negacionismos e lacrações, eu escolho o ponto de vista do bispo Casaldáliga: “A indignação deve ser uma indignação esperançada, caso contrário estaremos vomitando bile por toda parte e não teremos nada de anúncio“.
Atenção: Esta postagem integra uma pesquisa científica e esperamos não estar aqui cometendo qualquer violação de direitos autorais e/ou de imagem. Caso isso seja assim considerado, por favor façam contato (redelevantebh@gmail.com) e deletaremos a postagem imediatamente.
A imagem no topo deste verbete foi criada pela Pallavra Comunicação especialmente para ilustrar matérias publicadas no jornal Folha de S.Paulo e utilizadas na pesquisa. Melhor teria sido usar a logo do próprio jornal, mas não temos autorização para tal.