BLOCK, E. (2005-2006): BLOCK, Ernest. O princípio da esperança. 3 volumes. Rio de Janeiro: Contraponto/UER, 2005-2006. Tradução: Nélio Schneider (v.1 e v.3) e Werner Fuchs (v.2). Editora: Cidade, ano. v.1; v.2; v.3. Baixado PDF (qual volume?) no Docero em 29 jan. 2022.
observação: esse livro integra lista do verbete caixa de Pandora.
Sobre o livro (link):
Bloch elaborou O princípio esperança entre 1938 e 1947, durante seu exílio nos Estados Unidos, e o revisou entre 1953 e 1959, quando ainda residia na antiga República Democrática Alemã Uma obra de dimensões ciclópicas de quase 1700 páginas, dividida em cinco partes que têm como tema “os sonhos de uma vida melhor”, ou como ele próprio diz “uma enciclopédia da esperança”; começa com a indagação: “Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Que esperamos? O que nos espera?”. É uma tentativa de levar a filosofia até a esperança, conforme se lê no prefácio, “um lugar do mundo tão habitado quanto as terras mais cultivadas e tão inexplorado quanto a Antártida”. Obra que está em conexão, como ele próprio enfatiza, com o conteúdo de seus trabalhos anteriores como Spuren (Vestígios), Geist der Utopie (O espírito da utopia), Thomas Münzer (1921), Erbschaft dieser Zeit (Herança desta época) e o livro sobre Hegel, Subjekt-Objekt (Sujeito-objeto), entre outros. Seu modo de exposição é uma curiosa combinação, segundo Lukács, entre as histórias de calendário de Hebel e a Fenomenologia de Hegel.
O livro foi, finalmente, traduzido para o português graças ao trabalho hercúleo de Nélio Schneider (vols. 1 e 3) e Werner Fuchs (v.2).
trecho lido por Ruy Guerra no filme “Tempo Ruy“:
19ª folha do arquivo PDF (item “7 O que resta a desejar na velhice”):
Somente a sociedade socialista pode satistazer o desejo de ócio da velhice. Contudo, também aí o ócio, agora com sentido positivo, e diferente de antes, pelo fato de a diferença entre as gerações não mais produzir uma separação tào nítida. A vida atual é talhada de forma bem mais nítida em termos políticos, e não se pode mais afirmar que a velhice, apesar de sua sobriedade, seria pura e simplesmente reacionária, e a juventude, apesar de seu viço, pura e simplesmente progressista. Freqüentemente dá-se o inverso, e o desejo de sossego da velhice, um período em que – para citar apenas um sintoma- ainda existem ligas da juventude fascista, com a cabeça erguida, não coincide em toda parte, com o desejo de perseverar no eterno passado.