Em 18 de janeiro de 2021, li uma mensagem (transcrita abaixo) no facebook e pensei em submeter um artigo para essa revista. Em 18 de dezembro de 2023, revisitando o website da revista, pensei novamente em fazê-lo ao ao ler a chamada atual para 2024 (imagem a seguir e edital em link externo). PENDENTE
Edital
2021-1: Cidade, cidadania, território
Que cidade queremos? Como colaborar com projetos e raciocínios para cidades mais humanas, democráticas?
A pandemia nos colocou frente à necessidade de criação e reprojeto dos espaços de uso público. As eleições municipais de 2020 irão possibilitar possíveis revisões de Planos Diretores. Este é um momento, portanto, de dialogarmos sobre solidariedade social, ampliação de direitos, e exercer a ação do projeto como instância política.
Para construir, materializar, a democracia no território, atuando para sanar as Desigualdades Socioespaciais, incentivar Políticas Públicas para uma cidade mais justa e oferecer vida digna a todos, ao projeto de Arquitetura e Urbanismo compete um esforço para contestar o núcleo da desigualdade e da alienação. Um ânimo, portanto, que não repete os desacertos da cidade do capitalismo cujos valores são determinados pelo mercado, mas comprometido em atribuir às ações humanas valores construídos pela consciência e ação coletivas.
Planos e projetos participativos: uma disposição contemporânea
No Brasil, como na América Latina, a maioria das experiências que empregam o método de projeto participativo está diretamente atrelada aos movimentos sociais. Um dos precursores em trabalhar com o projeto participativo foi o arquiteto italiano Giancarlo de Carlo, membro do grupo Team 10, que nas décadas de 1960 e 1970 propôs etapas metodológicas para desenvolver com êxito os projetos participativos, como o projeto de habitação operária da Vila Matteotti e o plano de desenvolvimento urbano da cidade de Urbino.
O projeto participativo possui várias definições, nacionais e internacionais, mas podemos dizer que existe um denominador comum entre elas: o objetivo de trabalhar pelo bem coletivo. Neste processo se estabelecem relações dialéticas entre as necessidades, as determinantes físicas e legais e as condicionantes sociais e culturais.
Se o ambiente construído for planejado e projetado como um ato social, cultural e coletivo, levando em consideração as especificidades e dinâmicas do local, sua singularidade, os seus cidadãos terão muito mais chances de sentido de pertencimento e consequentemente colaborará de forma eficaz para o sucesso das intervenções. A arquitetura participativa fica fora da prática tradicional de projeto e, ao abranger o coletivo no processo de construção do bem comum, garante o respaldo desse grupo na gestão dos processos de intervenção.
A partir destas considerações, o “Caderno de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo” acena a autoras e autores, que pesquisam as diversas variantes deste tema, para que possam refletir sobre a arquitetura e urbanismo participativos, a partir de teorias ou experiências que resultaram em mobilizações e a produção de planos, projetos e/ou obras. Dentro de muitas vertentes, esta chamada se refere, portanto, a projetos participativos desenvolvidos, construídos ou não, com os seus possíveis enfoques: social, ambiental, cultural, econômico, político e espacial.
As diversas contribuições podem atender a quaisquer dos eixos de investigação: as perspectivas históricas do projeto participativo; os debates sobre a arquitetura participativa e a questão autoral; a arquitetura participativa como ação social; organização e metodologias de arquitetura participativa; as ações de coletivos e ONGs junto às comunidades; o atendimento à diversos grupos sociais por meio do projeto participativo; a sinergia dos diversos profissionais junto a formulação de projetos participativos e análises fundamentadas de estudos de caso.
O prazo para envio de artigos é o dia 31 de Março de 2021. Para o envio acesse http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgau/about/submissions
Maria Isabel Villac
Editora