caixa de Pandora ou jarro de Pandora em português
boîte de Pandore em francês
Pandora’s box / Pandora’s jar / The Jar of Pandora em inglês
Die Büchse der Pandora em alemão
Pandora
cansaço de esperança
esperança (antônimo: desesperança ou desconsolação)
esperança empobrecida
esperançar
esperançando meu destino
desesperança (ou desconsolação)
indignação esperançada
pedagogia da esperança
O mito caixa de Pandora é inspiração para a caixa de Pandora da mobilidade cidadã.
Acesse também o verbete caixa de Pandora (imagens).
A seguir informaçôes sobre o assunto em ordem cronológica decrescente.
15 mar. 2024: Após assistir ao filme turco “Ervas secas”, Marcos Fontoura busca a palavra esperança no livro “Grande Serão: Veredas” e a encontra 33 vezes na versão eletrônica de 2018.
2023: No filme turco “Ervas secas” de Nuri Bilge Ceylan, a personagem Nurya fala em cansaço de esperança para avaliar sua trajetória de militante em busca de transformações na sociedade.
2023: No prefácio do livro “O Despertar das Consciências, tempo de esperançar” lemos Paulo Freire explicar o que é esperançar.
2023: No posfácio do livro “Ouro Preto e o Futuro” Daniel Santini diz que _____. PENDENTE
2022: No livro “A nova etiqueta”, Andréia Dias conta que foi Friedrich Nietzsche quem deu nova interpretação à esperança ter sido o último mal a sair da caixa de Pandora. Ela fala de esperança e de desesperança.
14 fev. 2022: Bezerra jr. escreve o artigo “Indignação esperançada” na Folha. Ele cita dom Pedro Casaldáliga: “A esperança só se justifica naqueles que caminham” e “A indignação deve ser uma indignação esperançada“.
2 fev. 2022: Assitindo ao filme “Munique” (2021), reafirmei o perigo de se ter esperança.
11 jul. 2021: Assistindo à peça de teatro “Ana contra la muerte” confirmei meu pensamento de que a esperança é um mal que nos paralisa.
17 fev. 2021: No artigo “É preciso escolher entre ciência ou religião?” Lisiane Müller analisa: A curiosidade de Pandora é considerada uma característica inerentemente humana; se por um lado sua utilização de maneira inadvertida pode trazer prejuízos, por outro é ela quem tem nos impulsionado a explorar e fazer grandes descobertas sobre a natureza e o Universo”. Ela conclui: Hoje a caixa de Pandora sobre ciência e religião talvez tenha se transformado na caixa fechada em si – na falta do debate– e não mais em seu conteúdo. Se a caixa está na nossa frente, por que não usar da nossa curiosidade para abri-la e explorá-la?”. Pensei: abrir, sim, a caixa de Pandora, mas apenas para espiar e fechar rapidamente, sem deixar saírem os males lá de dentro; assim fazendo, podemos conhecer o que foi feito no passado e refletir sobre os males causados, rejeitando “testar” as más ideias (vide meu artigo sobre o roletão).
7 fev. 2021: Em entrevista (link) para Mônica Bergamo logo após sair da internação por Covid, a cartunista Laerte lembra: Há alguns anos a [jornalista] Eliane Brum defendeu o direito de você não ter esperança. A esperança é às vezes um fardo que não vai necessariamente mudar o que você pode e se dispõe a fazer. Trabalhar sem esperança de alguma forma te deixa mais disponível e ágil para fazer o que tem que fazer. Pensei: é assim que vejo a esperança da caixa de Pandora, como um mal.
18 dez. 2020: Acesso à página do projeto caixa de Pandora da consultoria Kura:
- Pandora, a primeira mulher criada por Zeus, foi curiosa e imprudente ao abrir a caixa que continha todos os males do mundo, deixando-os escapar. O que pouca gente sabe foi que na caixa sobrou a esperança. Há algo de esperança numa obra de arte, assim como num objeto feito com apuro: ambos demonstram um desejo de avançar por novas regiões da expressão e do próprio ser. /
- Trazendo a arte contemporânea para dentro desse acervo, o projeto caixa de Pandora atiça a curiosidade ao mesmo tempo em que faz com que vários períodos da história da arte e dos objetos coexistam com o presente, o perturbador mundo em que vivemos. Fazemos isso justamente apostando na arte como portadora da esperança.
20 ago 2020: verbete da Enciclopaedia Britannica traz a informação que o “jarro de Pandora” virou “caixa de Pandora” no século XVI.
26 jan. 2019: Reportagem “Cansaço da esperança” no Vatican Insider traz fala do Papa Francisco.
2016: A Cia. BR116, a Cia, Lusco-Fusco e o Theatre de l’Ange Fou encenam a peça “A melancolia de Pandora“.
2009: Capítulo “Buscar abrigo na caixa de Pandora: medo e incerteza na vida urbana” no livro “Confiança e medo na cidade”. Bauman aposta na esperança (sem se referir textualmente à caixa) terminando assim o capítulo: “[…] Combate jamais totalmente vitorioso, que muito provavelmente não alcançará sua meta, mas que continua a ser encorajado pela esperança de viver”.
2005-2006: Editado no Brasil o livro “O princípio da esperança” (Contraponto/UER) de Ernet Bloch em três volumes. Rio de Janeiro: Contraponto/UER, 2005-2006.
5 mar. 1998: No artigo “Prometeu e Epimeteu nos Trópicos” Eduardo Giannetti diz que o responsável pela abertura da caixa não é Pandora: “Foi por meio de Epimeteu, portanto, que o castigo de Prometeu atingiu a humanidade. Ele abre impetuoso a tampa da caixa de Pandora e do presente nupcial dos deuses escapa e se espalha pelo mundo uma sucessão infindável de males e infortúnios que passam a afligir os homens. Quando Epimeteu se dá conta do desastre e consegue recolocar a tampa, é tarde. Só a esperança restou no fundo da caixa para consolar os homens e amenizar suas penas”.
1992: Lançado o livro “Pedagogia da Esperança: um reencontro com a Pedagogia do Oprimido”.
1986: Junito de Souza Brandão, no volume 1 de seu Mitologia grega, explica quem é Pandora e o que “quando Pandora, por curiosidade feminina, abriu a jarra de larga tampa, que trouxera do Olimpo, como presente de núpcias a Epimeteu, dela evolaram todas as calamidades e desgraças que até hoje atormentam os homens. Só a esperança permaneceu presa junto às bordas da jarra, porque Pandora recolocara rapidamente a tampa […]”. Essa jarra é o que conhecemos como caixa de Pandora, denominação que não aparece no livro.
1956: No livro “Grande Serão: Veredas”, em um momento em que “não tinha coragem”, Riobaldo se pergunta: “O que tinha era uma esperança?”. Em outros ela usa a palavra desconsolação como antônimo de esperança e as expressões: cansaço de esperança, esperança empobrecida e esperançando meu destino.