Em 1º de dezembro de 2023 participei na banca de defesa dessa dissertação.
Lançado em Lattes MFO (13) – bancas.
CLARK, S.F.P. (2023a): CLARK, Sarah Fernanda Pereira. A política de transporte urbano no Município de São Luís-MA e sua contribuição para a formação de muros invisíveis. Orientador: Carlos Aurélio Pimenta de Faria. Demais integrantes da banca: Marcos Fontoura de Oliveira; Dimas Antônio de Souza. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Belo Horizonte, 2023. 130f. (versão inicial apresentada à banca em 1º dez. 2023).
AGUARDANDO (b): versão final publicada. ___. Disponível em link externo -PUC Minas. Acesso em: dd mm aaaa.
OLIVEIRA, M.F. (2023m): ________________. Apontamentos___ PENDENTE
Pontos para a arguição (nem todos usados, para não me alongar), após agradecer pela oportunidade e pela hora do convite de Carlos Aurélio (muitos livros sugeridos por ele inspiraram artigos meus). Dizer que farei perguntas e algumas sugestões (que naturalmente Sarah avaliará, uma a uma, com Carlos Aurélio). Penso que em apenas um local vou sugerir uma correção (trocar “modal” por “modo de transporte”). O texto é bem escrito, demonstrando que a pesquisadora terá facilidade em fazer os ajustes após a defesa.
- São Luís, a despeito de ser uma capital, é uma cidade com pouca informação no website LevanteBH: apenas um livro (com interessante informação sobre segunda classe nos bondes) citado na dissertação e relatório de calçadas do Mobilize. Essa dissertação entra como terceiro documento. Com calma, vou rastrear as referências para checar se há algo para eu incorporar à minha biblioteca, mas vou esperar que seja feita a revisão (tive dificuldade).
- Meu primeiro comentário sobre o texto é relativo ao título. Será mesmo que vocês está estudando a mobilidade urbana de São Luís ou é a da Grande São Luís? E a contribuição para a formação de muros invisíveis” não seria um título enganoso? Como você não confirma sua hipótese, o leitor pode se sentir enganado: não confirmar a hipótese não significa que a política não contribua para a formação de muros. Talvez algo como “uma prospecção..”, “uma análise…”.
- Alíás, é bom citar o artigo “Mobilidade urbana nos códigos de postura de São Luís/MA” (p.50-51) do livro “Mobilidade urbana em São Luís” que mostra uma muralha imposta pela política local aos pobres com os pobres sendo obrigados a apenas usar os reboques (uma segunda classe pelo mesmo preço) se estivessem mal vestidos.
- O resumo é bom. O perigo, como eu disse, é frustrar o leitor.
- Na listas de Figuras e Imagens, penso que é melhor uma lista única, sem separar imagem de figura.
- No primeiro parágrafo da p.42, ajustar as datas 2001 (Estatuto) e 2012 (política).
- na p.45, cuidado com o uso do nome “acessibilidade”, pois mais adiante a acessibilidade é definida de outra forma.
- Na p.49: melhor usar % que números absolutos (88% em vz de 700 entrevistados). Fiquei me perguntando se as pesquisas são represntativas da população. Fica aí uma questão para você pensar.
- Nas p.50 e 51 são apresentados gráficos (gráfico 1 e Gráfico 2) que se repetirão lá na frente como Gráfico 5 e Gráfico 7. Avaliar também a viabilidade de usar % em vez de n.º absolutos nos gráficos.
- Na p.51, me pareceu que as questões de acessibilidade devem passar longe das preocupações dos passageiros, tal a precariedade dos serviços. É isso mesmo? Se for, que tal dizer? A legislação vigente usa as pessoas com deficiência como métrica. Se não atende a elas, é ilegal.
- Na p.53, você pode manter o Gráfico 3 exatamente como está, lançando os valores de % dentro da barro do péssimo. A lotação, por exemplo, é mais de 80%. Isso destaca melhor o resultado, que é bem expressivo.
- Na p.52: os mil entrevistados são representativos da população? Ou de algumas linhas?
- Na p.52 (segurança nos abrigos), me lembrei do guardad bus stop em abrigos para dar segurança às mulheres.
- Boa fotografia na p.53 (ao final da postagem) para ilustrar que “A capital maranhense até a década de 1920 era marcada pelo uso do bonde de tração animal”: me lembrei dos bondes de BH que já começaram elétricos em 1902. Me lembrei de Machado de Assis contando como foi usar bondes (elétricos) tão silenciosos no Rio de Janeiro quando começou a substituição pelos de tração animal.
- p.53: “não se ouvia mais o som dos sinos dos bondes tocando nas ruas”. Pergunto: qual seria a função desses sinos? Porque os bondes elétricos não tinham sino?
- p.54: boa fotografia de bonde elétrico (ao final da postagem).
- Na p.55 fiquei em dúvida: as ruas do centro são pouco compatíveis com os automóveis (como está dito) ou com o volume dos automóveis? Afinal, nessas ruas passavam os bondes e depois, certamente, os ônibus.
- Na p.56: faltou dizer quem disse que São Luís queria ser “New York”.
- Na p.57: poderia explicar o que são “bungalows”.
- na p.59: não entendi o “passou a abranger”.
- Na p.61 há erros no texto e na tabela a serem corrigidos (5,8% é o crescimento da população e não da frota); o resultado é de 2015 e não de 2016 (a fonte é 2016).
- Na p.62: “interessante” não é uma boa palavra.
- Na p.64: “avenidas mais largas” me lembra Jaime Lerner dizendo que aumentar vias é como aumentar os buracos do cinto por quem não quer fazer regime.
- Na p.65: merece uma nota de rodapé para explicar que não existe “acessibilidade assistida”: a expressão é um malabarismo linguístico, pois autonomia – por definição – pressupõe não haver necessidade de assistência.
- Na p.67: acabaram mesmo as áreas de preservação permanente?
- Na p.68 fala-se em “ônibus urbanos e metropolitanos”, o que remete à discussão sobre o título da pesquisa.
- Na p.69: erro a ser corrigido: “modos (substantivo) de transporte” e não “modais” (adjetivo).
- Na p.74: fala-se em “infraestrutura de transporte urbano excelente” e nas p.75-76 mostrados PED bem stragados (na p.76 o que significa a frase “Observe a estrutura para espera do transporte pelos passageiros”.
- Na p.77 não entendi se o bairro todo passou a integrar São Luís (o uso da palavra “parte” com dois sentidos induz a dúvida)
- p.77: linha “semiurbana”: nome bem estranho, me lembrei das linhas semi-expressas de BH.
- p.76: SIA na janela frontal
- p.82: cita “O direito À cidade” de H.Lefebvre.
- p.83: “Embora a gentrificação possa ter efeitos positivos”: não é uma boa frase.
- nas p.91 e 92: o que é isso? (não perguntado na arguição, talvez possa perguntar depois)
- p.98: “embarque em nível”: há BRT na cidade ou piso baixo?
- Na p.111 há uma frase igual a outra da p.113.
- p.113: “as de tarifa reduzida”: o que é isso? Igual BH?
- p.115 em diante: é o resultado da pesquisa: regular em tudo. Quais são os indicadores?
- p.112: conclusão da pesquisa (que “buscava provar”): me pergunto de onde vinha a sua desconfiança? Isso aconteceu e não acontece mais? Fiquei em dúvida.
- p.125: conclusão da pesquisa: “Percebe-se então que o grande desafio da política de transporte coletivo da capital ludovicense não seria a superação de muros discriminatórios entre regiões, como originalmente se buscava comprovar, mas a adoção de políticas públicas de transporte coletivo que possam promover uma integração real das regiões que compõem a capital maranhense com transporte público eficiente, rápido, barato e seguro”.
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Nas respostas à arguição, Sarah respondeu que os sinos dos bondes à burro eram tocados para alertar os pedestres, pois desciam embalados as ladeiras. Ela também disse que os bondes não usavam os trilhos, ao que eu retruquei dizendo que então seriam carroças e não bondes, Achei estranhas as duas afirmações. Lembrei-me (e comentei depois com Carlos Aurélio e Dimas) dos bondes de San Francisco (CA/USA), que se acidentavam nas subidas (e não nas descidas) quando os burros não conseguiam puxar o peso dos carros.